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domingo, 3 de março de 2013

Game Remember Me

O novo jogo da Capcom mistura elementos de gerações de jogos em uma nova experiência
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"Remember Me" é uma das poucas (senão a única) marca nova a integrar o calendário da Capcom para esta metade de 2013. É um fardo e tanto para carregar, e apostamos que muitos de vocês leitores ainda devem estar em cima da cerca com relação a este jogo. A convite da Capcom, fomos para os escritórios da empresa aqui em São Paulo, onde jogamos duas missões do game - aparentemente parte do primeiro ato da história. Abaixo separamos as impressões de nossa equipe. Aproveite também para ler nossa entrevista com a equipe que fizemos no ano passado.

Fabrício Luz: “Remember Me” não me impressionou quando foi apresentado pela primeira vez durante a Gamescon 2012. É uma nova IP da Capcom, com temática futurista e uma movimentação semelhante a de um “Assassin`s Creed”, mas o que isso tem de especial? Aparentemente, bastante coisa.

Logo durante os primeiros minutos nos deparamos com o sistema de combos da personagem, que só fez melhorar desde o anúncio inicial. O jogador tem total liberdade para editar e criar os combos utilizando golpes para causar dano, regenerar sua energia ou para diminuir o tempo do cooldown, que é referente ao tempo para usar um ataque especial. Neste caso, preferimos um combo para causar dano e outro para regenerar energia e cooldown, o que deve ser o essencial para o resto jogo. Achei esse sistema ótimo, funcional e divertido. Com pouco tempo de jogo já pudemos notar semelhança com as lutas da série “Batman: Arkham City”, o que não é nem de longe algo ruim.
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Em meio as lutas, a Neo-Paris de 2084 foi um outro destaque deslumbrante. Rica em detalhes, movimentação, ícones com informações dos locais e até mesmo personagens dando em cima de você, fazia tempo que não me divertia e parava para realmente ver o lugar ao meu redor em um game.

Não tenho certeza se no final o jogo se mostrará tão bom quanto a demo, mas sua história e combate valerão a pena para boas horas em meio a um universo de memórias perdidas.

Dani Rigon: confesso que não tinha muitas expectativas em relação a “Remember Me” quando fomos chamados para testar o jogo, mas tudo mudou depois de 10 minutos de teste. Apesar de um enredo que parece um pouco manjado – um futuro assustador com uma personagem que trabalha para uma empresa e tem sua memória apagada para encobrir algo -, “Remember Me” adiciona recursos incríveis para deixar a história mais interativa e com um final difícil de prever.
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O recurso do jogo que mais me deixou animada (já que não sou muito fã de combates) foi o Memory Remix, parte na qual a personagem Nilin terá que mexer nas memórias de pessoas para modificá-las a seu favor. Ao adentrar a memória de um personagem, Nilin terá que interagir com glitches (erros) para conseguir um objetivo específico - como, por exemplo, fazer uma de suas inimigas achar que o marido foi morto. Além de ser um modo diferente de puzzle que consiste em encontrar as ações certas a serem feitas, o Memory Remix apresenta uma grande oportunidade para uma virada na história, já que as modificações funcionam apenas nas memórias, não na realidade.

Alguém mais ficou ansioso para saber o que essas modificações podem causar no final da história?

Ricardo Farah: enquanto cientistas e estudiosos da indústria de games articulam opiniões quanto ao possível desgaste das produtoras de games no Japão, empresas como Capcom investem boa parte de seus faturamentos para apostar o que podem em novas propriedades intelectuais.
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"Remember Me" faz parte deste caldeirão de novos projetos, que vez ou outra despeja um novo jogo digno de nos fazer acreditar ainda no mercado de games. Porém, assim como lançamentos recentes como "DmC - Devil May Cry", cuja produção ficou a cargo do estúdio britânico Ninja Theory, o game no qual eu e meus amigos de redação tivemos a oportunidade de testar nesta semana está sendo desenvolvido tamber por um estúdio europeu (o Dontnod Entertainment, localizado na França).

O que isso significa? Que estamos falando de um produto que carrega o DNA de seus criadores, transpirando elementos da cultura local e, de quebra, coloca o universo em um futuro distópico. Sendo o mais sucinto possível, "Remember Me", com o perdão do trocadilho, me lembrou o clima sci-fi de "Ghost in the Shell", protagonizado por uma personagem que lembra Konoko (do game "Oni") ao mesmo tempo que joga na nossa cara elementos à la "Blade Runner", "Deus Ex" e "The Matrix". Diz aí se essa mistureba toda tem como ficar ruim?

O ponto é que o jogo confere, em pequenas doses, bons elementos no sistema de combate, como bem disse o amigo Fabrício, com possibilidades de personalização de combos a qualquer momento (em uma esquema que lembra o memorável "God Hand"). Porém, mais do que isso, a maior surpresa para marinheiros de primeira viagem será quando encontrar seu primeiro Memory Remix, explicado pela Dani. Ter a possibilidade de moldar a memória de personagens chave do game a seu favor soa anti-ético, mas acredite, falo do grande desmembrador do enredo do game.
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Escrito por Alain Damasio, autor de muitos best sellers francês, "Remember Me" surgiu como uma literatura rica que está tendo o tratamento certo em um game (graças a ajuda do romancista Stéphane Beauverger, que está a cargo do roteiro do título). Some isso ao fato de que o time de desenvolvedores da Dontnod é formado por caras que trabalharam com jogos como "Heavy Rain" e você concluirá que estamos falando de mais uma joia rara a caminho desta geração.

Adoro jogos que lidam com passagem de tempo, passado, presente e futuro. Clássicos como "Second Sight", "Timeshift" e, claro, "Day of the Tentacle", são referência neste quesito. "Remember Me" tem tudo para dividir esta lista com muito mérito.

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